Mudar é bom... mudar é preciso....
"Há sempre um momento na vida em que é preciso virar o jogo e buscar a transformação. Mas para que isso aconteça, algumas coisas precisam ser repensadas. Descubra como seguir uma nova direção.
Ninguém parece levar muito a sério a lista de resoluções de começo de ano. A gente faz por fazer, porque é uma tradição e porque é gostoso sonhar que no ano que está começando vamos viver uma grande paixão, fazer aquela viagem a Istambul, colocar nossa vida financeira em ordem, arrumar tempo para participar de ações voluntárias, perder aqueles quilinhos a mais... No fundo, todas as nossas listas são bem parecidas: queremos sorte no amor, felicidade em família, um bom trabalho e, como resume bem a canção, “muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender”. Mas o que fazemos para que isso aconteça de verdade e para que o ano novo signifique realmente vida nova? Se formos bem sinceros, nada. Por que será, então, que temos tanta resistência em fazer mudanças? O que, afinal, nos segura em direção a uma vida melhor? Das respostas a essas perguntas é que poderá surgir, sim, um ano mais dourado e feliz. Pode apostar que funciona mais do que a lista.
Pra começar, vença a preguiça...Fazer mudanças dá muito trabalho. Precisamos olhar bem de frente para nossas dificuldades, assumi-las de vez, planejar nossas ações para ultrapassá-las, tomar atitudes, nos auto-comprometer, sacudir a poeira e agir com determinação. Mas, às vezes, dá uma preguiça... Pois bem, você não é a única pessoa do mundo a sentir a força da inércia. Todos nós temos uma resistência enorme em sair da zona de conforto. Afinal, está tudo lá tão arrumadinho, tão certinho... Mesmo que essa arrumação já esteja nos sufocando, que a gente reconheça que está perdendo vida e oportunidades em limites auto-impostos, ainda assim, resistimos bravamente em mudar. Ficamos ali, enrolando, adiando, fazendo de conta que a situação não existe, nos distraindo com “coisas mais importantes”, como, por exemplo, a ida ao mercado central para comprar azeitonas selecionadas... Nada contra. Mas será que não dava para fazer isso sem esquecer o principal? E o principal, que é planejar mudanças para tornar sua vida melhor, pode ser feito com muito prazer...
Ah, o apego... Diz o budismo que ele é a principal causa do nosso sofrimento. E é. O apego é uma cola que nos une às situações, às coisas, às pessoas. E, quanto mais cola, mais o esparadrapo dói para sair - e por isso às vezes é melhor arrancá-lo de uma vez do que ir aos pouquinhos. Mas o outro motivo que nos faz sofrer é a aversão. Se temos o apego a alguma coisa, é porque temos aversão a outra. Não só não mudamos porque estamos “colados” a uma situação como também porque temos resistência ao que é desconhecido. Em palavras mais cruas, temos medo. Geralmente, essa ameaça significa perder o controle da situação. Se eu mudar, e aí? O que pode acontecer? Pode ficar pior do que agora? E se não der para voltar atrás? Ai, que medo... Mas a vida, sendo ela mesma a expressão de uma dança contínua, nos impele em direção à mudança. E, não tenha ilusões, não há escolha real: quem não muda geralmente é mudado, às vezes de uma forma muito mais dura do que uma mudança gradual, consentida e planejada. É como se a vida dissesse: sai do meu caminho que você está me atrapalhando. E ela vem que vem. Onde tem vida tem movimento... Portanto, estar com os ouvidos afinados para as trocas de ritmo da existência é fundamental quando pensamos em mudanças. Aí você pergunta: por onde começar?... Mas a questão é outra: você sabe o que quer mudar na sua vida?
A maioria não sabe. As pessoas pensam que querem mudar uma coisa, mas provavelmente precisam modificar uma série de outras, muito mais profundas, para atingir a transformação que desejam na vida... Portanto, antes de qualquer coisa, você terá de perguntar a si mesmo: o que realmente você quer mudar em sua vida? E o que você precisa mudar em si mesmo para conseguir isso? Ken Wilber, pensador contemporâneo dos Estados Unidos, propõe uma maneira simples para nos ajudar a descobrir o que realmente é importante mudar. Diz ele que um jeito fácil de perceber onde nossa vida está desequilibrada e onde precisa de mudanças urgentes é desenhar um círculo, dividi-lo em quatro partes e colocar, em cada uma delas, um dos seguintes tópicos: vida pessoal, vida profissional, vida cultural e vida espiritual.
Lembre-se que, para mudar precisamos unir corpo, mente e espírito numa só direção. Só assim as mudanças ganham sustentação necessária para que possam ocorrer... o que é mais profundo em nosso ser gera desejos desnecessários, que jamais poderão satisfazer nossas necessidades reais. Isto é, não adianta ficar sonhando apenas com a casa na praia ou com a viagem para Istambul quando queremos mesmo é ter alguém que nos ame do nosso lado ou realizar algo maior em nossas vidas em benefício dos outros. Uma coisa não anula a outra, é claro, mas é preciso saber reconhecer a importância de nossas necessidades espirituais e emocionais antes de estabelecer planos materiais concretos. Estabelecidas, portanto, suas grande metas de vida e as pequenas mudanças necessárias para equilibrá-la, que tal arregaçar as mangas e começar?...
O entusiasmo, o desejo de trabalhar de todo o coração por uma meta, é vital para alimentar o início da sua jornada. O primeiro passo tem de ser forte, vibrante, cheio de energia... Empreitadas que se iniciam com um impulso fraco não duram, pois não têm força suficiente em si mesmas para serem levadas adiante... Objetivos, prazos, modos de agir, compromisso, tudo isso estimula a ação e o cumprimento da meta. Por isso planeje, deixe claras suas expectativas, vá mudando aos poucos, a cada dia... "
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